sábado, 25 de dezembro de 2010

O reencontro do corpo masculino


Toda a transformação que a sociedade vem enfrentando, nas últimas décadas, acaba gerando, sem dúvida, mudanças significativas nos valores sociais. Algumas mudanças, no entanto, parece nos remeter a um passado distante, a longínquos tempos que, em uma interpretação linear da história, são erroneamente vistos como algo atrasado. Na verdade, esta volta ao passado nada mais pode ser do que o reencontro com alguns instintos essenciais da humanidade, que, durante longos períodos, podem ter sido encobertos ou ocultados pelo peso da cultura. É o que podemos aferir, por exemplo, ao analisarmos brevemente a forma como o corpo masculino vem sendo exposto na atualidade e sua similaridade com os reconhecidos modelos na Grécia antiga.

Na Grécia, as esculturas retratam livremente homens com pouca roupa, destacando os músculos bem definidos. A preocupação dos gregos com a beleza é reconhecida e, no caso masculino, este parece ser o padrão explorado. No entanto, este padrão desaparece pouco tempo depois. Proibido, em primeiro lugar, pelo machismo patriarcal, o corpo do homem desaparece completamente na idade média. Os retratos, especialmente os masculinos, são sempre com bastante roupa, em um padrão estético completamente destoante ao que os gregos apreciavam. Esta proibição à exposição do corpo masculino perdurou até as últimas décadas do século XX, quando, impulsionado pela força libertadora da mulher, do inegável crescimento dos grupos homossexuais e, de uma forma geral, das mudanças da sociedade, o corpo masculino mais uma vez voltou a ser exibido em forma de arte, sobretudo em fotografias primeiramente ousadas, mas que, com o passar do tempo, se tornaram rotineiras e até banais.

Hoje, o corpo masculino passou a ser exibido e vendido. Como conseqüência, os homens passaram a se cuidar mais, trabalhando o corpo para fazer sucesso e alcançando os padrões estéticos desejados pela mulher. Estes padrões estéticos, se libertando do julgo patriarcal e dos preconceitos, reencontra o que os antigos gregos exaltavam: o corpo musculoso, que se torna sinônimo de masculinidade. Coincidência? Provavelmente, ao se libertar das amarras culturais, a beleza masculina moderna encontrou as mesmas necessidades que nortearam os antigos artistas da Grécia. O corpo musculoso como padrão estético de beleza remete as funções de proteção e a demonstração da força física, que os homens possuem desde o período matriarcal. Tanto antes quanto agora, o corpo musculoso do homem comunica para a mulher proteção, despertando a atração física. No caso feminino, esta exposição lembra ainda mais o que verificamos entre os gregos, pois, ao fugir do erotismo barato, vulgar e superficial direcionado para os homens, encontra a sensualidade das artes, exaltando formas bem definidas que agradem ao rigoroso olhar feminino, que busca, além dos músculos, beleza e sutileza.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Genes que determinam o sexo masculino estão em extinção

publicada no portal de notícias R7, em 30/06/2010


Getty Images

Estudo mostra que cromossomos Y estão encolhendo e desaparecendo aos poucos. A má notícia é que o homem está a caminho da extinção; a boa é que
isso só deverá acontecer daqui a cinco milhões de anos


A pesquisadora de cromossomos sexuais Jennifer Graves, da Universidade Nacional da Austrália, disse que o cromossomo Y - responsável pela determinação do sexo no homem - está morrendo e deve desaparecer nos próximos cinco milhões de anos.

Ela explicou que os homens poderão seguir o mesmo caminho de um tipo de roedor que ainda consegue se reproduzir apesar de não ter os genes vitais que fazem parte do cromossomo Y, revelou o jornal inglês Telegraph nesta quarta-feira (30).

Em uma palestra para estudantes de medicina na Escola Real de Cirurgiões da Irlanda, a pesquisadora contou que uma segunda espécie de seres humanos poderia surgir no futuro.

- Há três milhões de anos, o cromossomo Y tinha cerca de 1.400 genes, mas hoje só restaram 45 deles. A essa velocidade, ficaremos sem genes nesse cromossomo daqui a cinco milhões de anos.

Segundo ela, o cromossomo Y “está morrendo e a grande questão é o que acontecerá depois".

O cromossomo Y do homem tem um gene (SRY) que aciona o desenvolvimento dos testículos e bombeia os hormônios que determinam a masculinidade.

Em sua palestra, chamada O Declínio e a Queda do Cromossomo Y e o Futuro do Homem, Jennifer discutiu o desaparecimento do cromossomo e as implicações para o ser humano. Ela disse que ainda não se sabe o que vai acontecer quando o cromossomo Y sumir totalmente.

- Os seres humanos não podem se reproduzir de forma assexuada, como os lagartos, porque vários genes vitais vêm do gênero masculino.

A cientista disse que a boa notícia é que algumas espécies de roedores – como algumas ratazanas da Europa do leste e ratos do Japão – não possuem nem cromossomo Y nem o gene SRY.

Como existem muitos machos desses dois tipos de roedores por aí, os pesquisadores dizem que algum outro gene deve estar fazendo o trabalho, e eles querem saber que gene é esse.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Informações úteis para as mulheres - Jornal O Globo

Informações que todas as mulheres devem ter sobre o cérebro masculino
Publicada em 23/09/2010 às 11h34m O Globo

RIO - Um dos principais obstáculos nos relacionamentos costuma ser a dificuldade de comunicação entre homens e mulheres. Os cientistas afirmam que os dois sexos realmente pensam de forma diferente, mas, com algumas informações, o diálogo pode ficar bem mais fácil. Confira a seguir o que os principais estudos científicos dos últimos anos revelam sobre o cérebro dos homens.

Na infância, eles são pura emoção: Embora as meninas sejam consideradas o sexo frágil, bebês e crianças pequenas do sexo masculino são mais emotivos e choram mais. Os homens adultos também costumam ser muito afetados pelas emoções, mas conseguem esconder as reações com mais facilidade que as mulheres, mostra um estudo feito pela Universidade de Lund, na Suécia.

Eles sofrem mais com a solidão: Ninguém gosta de ficar sozinho, mas parece que o cérebro masculino é mais vulnerável à solidão, indica uma pesquisa feita por médicos da Universidade da Califórnia. Os mais velhos são os que mais sofrem, já que com a aposentadoria eles acabam se isolando ainda mais. Homens que vivem com mulheres se sentem menos ansiosos, têm menos desequilíbrios hormonais, são mais saudáveis e vivem mais do que aqueles que moram sozinhos.

O foco está sempre nas soluções: Está precisando desabafar? Talvez a melhor opção seja
conversar com uma amiga. Os homens são feitos para pensar em soluções. Eles têm mais dificuldade em apenas ouvir e não conseguem ser tão carinhosos durante uma crise.

Eles vão sempre olhar para outras mulheres: A culpa é da testosterona, afirma o psicólogo Pranjal Mehta, da Universidade de Columbia, em Nova York. Além de aumentar a agressividade e a hostilidade, este hormônio é o grande responsável pela libido. Como as taxas são mais altas neles do que nelas, é realmente mais difícil para os homens ignorar uma mulher bonita.

Eles também querem compromisso: A ideia de que o homem sempre vai querer fugir de um compromisso é completamente equivocada, mostra um estudo publicado na "Proceedings of the Royal Society". Porém, até 40% dos homens podem ter um gene ligado à promiscuidade, de acordo com um estudo publicado na "National Academy of Science", e estes realmente têm uma dificuldade maior em manter uma parceira fixa por muito tempo.

Seu cérebro muda na gravidez da parceira: Os futuros pais também passam por mudanças hormonais importantes, principalmente se vivem na mesma casa que a grávida. O estudo, publicado no "Evolution of Human Behavior", indica que há um aumento na prolactina e uma diminuição na testosterona nos meses que antecedem o nascimento do bebê, o que deixa os homens mais calmos e dispostos a cuidar da família.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tipos: Homens X Mulheres

Homens X Mulheres

Lembrem-se que podem ter variações híbridas.


Tipos mais comuns de homens:

O Sociável:
Descrição: São aqueles que gostam de conversar, beber, de sair, de baladas, etc. Podem ter em vários tipos, como alguns boys, manos, fanáticos por futebol, plantão em buteco, etc.
Vantagens que as mulheres vêem: são aparentemente fortes e resistentes nem que seja só psicologicamente, são independentes, e podem ser protetores.
Desvantagens que as mulheres vêem: podem tornarem-se agressivos fisicamente, e emocionalmente distante.

O Introspectivo:
Descrição: São aqueles que podem ser mais sensíveis, antisociais, podem gostar de artes, música, e o que for "cult". Podem ter em vários tipos, desde um artista, um Don Juan DeMarco, ou tender ao homossexualismo.
Vantagens que as mulheres vêem: Bem que podem ser homens mais sensíveis, conquistam mais facilmente, pois podem justamente tocar diretamente no coração.
Desvantagens que as mulheres vêem: Podem ser sensíveis demais e protetores de menos. Podem parecer extremamente egoístas e manipuladores.





Tipos mais comuns de mulheres:

A Exibida:
Pode ser paty, popular e muito extrovertida. Pode gosta de compras, pode gostar de baladas. Geralmente é menos intelectual.

A Exigente:
Perfeccionista.

A Estudiosa:
É inteligente e esforçada.

A modista:
Geralmente participa de alguma tribo urbana, como emocore, punk, roqueiros, o que no caso de uma modista não dura tanto tempo.

A Madura:
Geralmente é a mais velha, mais reservada e mais elegante.

A Biscate:
Só sabe pensar em homens.

A Sensível:
Se magoa com mais facilidade, é mais romântica e pode tender a ser infantil.

domingo, 11 de julho de 2010

Grandes feministas

Todo avanço da mulher na sociedade está sendo conquistado com muita luta. As grandes feministas foram as grandes pioneiras de toda a transformação pelo qual a sociedade atravessou. Ao contrário do que o pensamento machista e patriarcal acredita, elas não lutaram contra os homens, mas por uma sociedade mais justa e humana. De suas ações, descortina-se a esperança de um futuro melhor para todos, por isso elas devem ser lembradas e reverenciadas não apenas pelas mulheres, mas pelos homens que reconhecem o seu lugar. Esta é uma pequena lista destas grandes pensadoras da humanidade.


Andrea Dworkin – empreendeu importante luta contra a pornografia, associada por ela ao estupro e à violência contra a mulher.

Betty Friedan – Importante feminista norte-americana, autora de a “a mística feminina”, que tentava demonstrar que as feministas não lutavam contra uma ordem determinada por Deus. A mulher deveria buscar realização pessoal, não como esposa.

Germaine Greer – feministas australiana moderna, chegou a participar de um Big Brother de celebridade, autora de obras como a “mulher eunuco”, a “mulher inteira” e outros.

Gloria Steinem – Jornalista e feminista norte-americana, autora de “se os homens mestruassem”

Kate Millett – Autora de “Política sexual”, uma das grandes obras do pensamento feminista, sobre as formas como o patriarcado controla a sexualidade feminina.

Mary Wollstonecraft – Pioneira na luta pelos direitos da mulher, ainda no século XVIII, que escreveu o clássico “Em defesa dos direitos da mulher”.

Naomi Wolf – Autora do “mito da beleza”, que defende a tese de que a exigência da beleza dificulta a ascensão da mulher.

Nancy Fraser e Seyla Benhabib – Cientistas sociais norte-americanas, autoras de “Feminist Contentions”.

Valerie Solanas – A mais radical das feministas, defendeu a tese de que o homem seria um “mulher incompleta”, precisando de uma mulher de verdade para se realizar emocionalmente.

Bertha Pappenheim – Importante na luta pelo reconhecimento da mulher judia, no início do século XX.

Alexandra Kollontai – Pensadora Russa, que lutou pelas causas femininas no início do século XX, participou da revolução bolchevique.

Emma Goldman – Lituana famosa pelos seus discursos feministas nas primeiras décadas do século XX.

Emmeline Pankhurst – Feminista britânica que lutou pelo direito ao voto das mulheres no período entre guerras.

Mary Wollstonecraft – Pioneira na luta pelos direitos da mulher, ainda no século XVIII, que escreveu o clássico “Em defesa dos direitos da mulher”.

Margareth Mead – Antropóloga norte-americana, provou, ao estudar uma tribo em que os homens são submissos e as mulheres dominantes, que os papéis sociais da sociedade patriarcal são construções culturais.

Mary Daly – Filósofa e teóloga, importante pensadora do chamado feminismo radical, que prevê, entre outras coisas, direitos diferenciados para compensar as dificuldades que as mulheres enfrentaram na sociedade.

Catherine MacKinnon – Advogada, adepta do feminismo radical, escreveu estudos importantes sobre como a pornografia é uma forma de oprimir as mulheres

Camille Paglia – Escritora norte-americana, sua posição crítica não poupou nem as próprias feministas.

Cathy Young – Jornalista e escritora independente, dialogou com pensamentos conservadores e progressistas para formular suas teorias sobre os indivíduos

Sharon Presley – Norte-americana libertária e adepta da corrente do feminismo individulista e do feminismo anárquico. É escritora, ativista e psicóloga. .

Joan Kennedy TaylorIntelectual libertária e defensora do feminismo individualista

Susan Faludi. – Jornalista norte-americana e feminista libera. É autora do livro de impacto Backlash, O contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres.

Carmem da Silva - Fundadoras do Centro da Mulher Brasileira - primeiro núcleo feminista no país.

Berta Lutz - Liderou a campanha pelo voto feminino e pela a aprovação de leis de proteção à mulher gestante, conquistas obtidas na Constituição de 1934. Deputada em 1936, continuou sua luta pela melhoria das condições femininas. Era filha do cientista Adolpho Lutz.

Rose Marie Muraro Superou a deficiência visual e se uma das maiores pensadoras do Brasil. Foi introdutora do feminismo no Brasil e uma das fundadoras do Centro da Mulher Brasileira.

Grandes mulheres da ciência

Todo machista, no alto de sua ignorância, ao ser questionado sobre o papel da mulher na sociedade, possui o mesmo discurso para justificar uma suposta supremacia masculina: “quantas mulheres contribuíram para o progresso da humanidade?” Embora os machistas ignore, foi um pouco difícil para as mulheres se destacarem em uma sociedade em que eram proibidas de sair de casa e estudar. Faltava para elas a “igualdade de oportunidade”, palavrinha mágica que ajuda a explicar o fato das mulheres hoje não apenas disputarem espaço com os homens, mas superá-los na maioria das áreas. Entretanto, a mente vazia e limitada de um machista também ignora a lista de mulheres que, ao longo dos séculos, superaram todas as adversidades e, em uma prova da capacidade desta criatura fantástica que é a mulher, contribuíram para o desenvolvimento da ciência e do conhecimento humano. Algumas delas destacamos aqui:

Hipatia (370 – 415) - Estudou na Academia de Alexandria temas como Matemática, Astronomia, Filosofia, religião, poesia e artes…Desenvolveu importante estudo sobre todos os principais sistemas religiosos de seu tempo

Marie-Sophie Germain (1776 - 1831) - Matemática francesa com importantes contribuições para a Teoria dos Números.


Marie Anne Pierrette Paulze, a Madame Lavoisier (1758 - 1836) - Marie-Ficou conhecida como a mãe da Química moderna. Era casada com Antoine Lavoisier.


Augusta Ada Byron (1815 - 1852) - Matemática inglesa, considerada a primeira programadora de computadores do Mundo


Marie Curie (1867 - 1934) - Física francesa, desenvolveu tese sobre o estudo das radiações emitidas pelos sais de urânio.

Valentina Tereshkova (1937) - Primeira mulher astronauta.

Lise Meitner - Juntos, ela e o físico Otto Hahn, fizeram uma série de descobertas no campo da radioatividade, incluindo-se um novo elemento, o protoactínio.

Emily Balch -, Socióloga norte-americana, vencedora do prêmio Nobel da paz em 1946,

Gerty Cori - prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1947,

Bárbara McClintock - prêmio Nobel de medicina em 1983.

Elizabeth Arden - Personificou a mulher de negócios da América. Enfermeira, revolucionou o ramo de cosméticos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mudanças na balança psicológica


A partir da postagem anterior, podemos perceber que as mudanças da sociedade acarretam, inevitavelmente, além das transformações concretas e visíveis ao nosso redor, mudanças também nos aspectos psicológico de homens e mulheres. Em geral, salvo as idiossincrasias pessoais de cada indivíduo, temos o seguinte quadro psicológico predominando quando um novo casal se forma: a mulher é segura e altiva, com a autoestima elevada, ciente de que pode alcançar seus sonhos. Por sua vez, os homens são cada vez mais inseguros e indecisos, com baixa autoestima, perdido e vendo o mundo que lhe foi ensinado desmoronar. Este aspecto da transformação da sociedade, menos visível mas igualmente real, gera uma série de conflitos que, muitas vezes, acaba minando e destruindo muitos relacionamentos que poderiam ser estáveis e duradouros.

É um erro, em primeiro lugar, achar que a situação atual é um espelho invertido dos aspectos predominantes antes da mudança, apenas com os papéis trocados. As mulheres, pelo menos a grande maioria delas, durante séculos vestiram o manto da submissão resignadas, como se esta fosse sua condição natural. Para os homens, ao contrário, a situação atual gera um conflito interno, pois não corresponde aos papéis aprendidos desde a infância. Além disso, o momento atual é de transição, com os novos papéis sendo consolidados e ensinados. Com o tempo, a revolta deve ceder lugar não apenas a conformação, mas, para as novas gerações, a naturalização, acomodando os instintos do homem agora submisso.

Até esta naturalização dos novos papeis, entretanto, a crise psicológica masculina desaguará, em casos extremos, na violência confirmada pelas tristes estatísticas. Todavia, se nem sempre a violência é a válvula de escape para o desequilíbrio emocional do homem moderno, a infelicidade é uma bomba que, embora menos traumática e perigosa, ameaça qualquer relacionamento. O homem que não se reconhece em sua auto-imagem idealizada tende a ser infeliz, e, neste caso, culpa a mulher pelos seus dramas e fantasmas pessoais, ratificando seu papel de macho com a traição. O homem trai, muitas vezes, para demonstrar para o amigo sua capacidade e virilidade e, deixando claro a mensagem machista de que ele não se sujeita aos desejos da mulher. Com a traição, o homem acredita estar assumindo seu próprio destino, reencontrando seu platônico mundo ideal. Sua alma pulsa novamente, vibra com a fuga de sua realidade e, psicologicamente, faz a confiança respirar momentaneamente. Desta forma, a traição faz o homem se reencontrar em uma realidade confusa e perdida, por isso é tão tentadora. É uma resposta para os seus próprios questionamentos. Entretanto, como ficam as mulheres diante deste problema que ronda o homem moderno?

A Fêmea Alfa

A mulher é a peça fundamental neste jogo de xadrez que é a vida moderna. Além de sua condição psicológica mais estável no mundo atual, elas possuem, por natureza, mais equilíbrio emocional e maturidade. Cabe a mulher, nesta fase de transição, compreender a insegurança do homem, buscando tornar este novo papel masculino menos traumático. Não se trata, pois, de abrir mão de sua nova condição de mulher e se submeter aos desejos do homem, mas, antes o contrário, tomar as rédeas da situação usando a inteligência e o equilíbrio. É a mulher, em outras palavras, que dará conforto e orientará o “novo homem”, sendo companheira e amiga, mas ocupando seu novo papel social.

Dan Kindlon define esta “nova mulher” como Alpha Girls, ou, como costuma ser traduzido para o português, a Fêmea Alfa. É cada vez mais comum nos Estados Unidos, mas também no Brasil, as mulheres assumirem seu papel de liderança, “impondo” aos homens sem trauma a nova realidade. A Fêmea Alfa é altiva, capaz, segura e consciente de seu novo papel. No entanto, sabe que os homens também são importantes, sabe de suas dúvidas e incertezas e oferece respostas, cede o colo. A Fêmea Alfa ouve, entende, compreende, procura ajudar. Ela sabe que, na construção de um mundo melhor, precisa orientar os homens a compreenderem e aceitarem seu novo papel. Se as mulheres, em suma, assumem os postos de comando e liderança, tanto na esfera pública quanto na privada, os homens precisam auxiliar as mulheres nesta tarefa, são o complemento, a cereja do bolo.

Assim, ao invés da violência e da infelicidade, o novo homem reencontra alegria e a autoestima ao saber que os antigos papéis não são naturais, mas construções histórias que se transformam ao sabor das mudanças sociais. Ele respeita a figura feminina matriarcal, sua companheira e amiga, parceira na construção de uma sociedade mais justa e humana. A fêmea Alfa que lhe ensinou a reencontrar a paz.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Autoestima feminina


Além de todas as mudanças concretas que vem transformando a sociedade nas últimas décadas, a luta das feministas produziu outra conseqüência que, mesmo não sendo tão visível, é facilmente percebida no comportamento de cada mulher: a autoestima elevada, que gera a consciência de suas potencialidades e um incontido orgulho de sua condição. Sim, as mulheres venceram, e, no rosto de cada adolescente que vislumbra o futuro, está o brilho daquelas que lutaram e superaram todas as adversidades.

O cenário atual contrasta com o tradicional papel da mulher na sociedade machista, que, entre outras barbaridades, a excluía da participação na vida pública e dos próprios direitos de cidadania. Quais perspectivas as mulheres enxergavam? Submeter-se à vontade dos maridos, voltar-se para os trabalhos do lar e, mesmo as poucas afortunadas que estudavam, estavam condenadas a uma condição secundária na vida social. Embora a maioria aceitasse este papel resignada, incorporando a ideologia patriarcal como verdade, suas perspectivas limitadas não incluíam disputar com os homens, mais preparados. Elas já sabiam seus limites, ceifavam suas potencialidades, tinham castradas desde crianças sua própria liberdade para sonhar.

Hoje, entretanto, apesar da luta continuar, a mulher esbanja autoestima para enfrentar os novos tempos. A princípio as feministas queriam apenas igualdade de condições, mas, em virtude da “superioridade natural da mulher”, como definiu o Antropólogo Montagu ainda na metade do século XX, esta igualdade de condições significa, na prática, uma vantagem para as mulheres sobre o homens. É por isso que o machismo, durante séculos, fez questão de castrar os desejos, os sonhos e as oportunidades das mulheres. Agora, finalmente disputando em igualdade de condições, a maior capacidade das mulheres se revela em números e estatísticas.

Nas escolas, nas universidades ou no mercado de trabalho, as mulheres demonstram há anos melhores desempenhos, criando uma base sólida sobre a qual as mulheres estão “virando o jogo” sobre os velhos opressores. À medida que o mundo se torna mais feminino, fica evidente não apenas as virtudes femininas, mas a fragilidade dos antigos opressores. As mulheres sabem desde a escola primária que vencerá os homens. Sabe que pode alcançar seus sonhos e objetivos, que pode respirar a liberdade e caminhar rumo à felicidade.

Autoestima masculina

Naturalmente as feministas não têm culpa, mas, se a luta das últimas décadas provocou uma reviravolta na autoestima das mulheres, uma outra conseqüência foi promover exatamente o inverso para os homens. Na verdade, as transformações ideológicas correm bem mais lentas que a vida concreta e real. Embora o mundo de hoje seja cada vez mais feminino, a maioria dos meninos são educados pelo velho modelo machista, que o confere condição de superioridade. Isso está presente, por exemplo, na forma como estes mesmos meninos, quando se tornam adolescentes e adultos, tratam as mulheres com um certo desprezo, típico das sociedades patriarcais. No entanto, a realidade é bem diferente e, como uma bomba prestes a explodir, atormenta sua mente.

Desde a escola primária o homem aprende que a vida concreta é bem diferente daquilo que foi para ele ensinado. Sempre existe uma mulher melhor que ele, tirando notas melhores e ganhando elogios. O mesmo acontecerá na universidade, quando, para entrar, ele perderá a vaga para muitas mulheres, e no mercado de trabalho, em que provavelmente ele terá uma chefe mulher e mais nova. Felizmente para os homens, a imaturidade aliena sua alma, de forma que a realidade nua e crua é muitas vezes ignorada. Até a fase adulta grande parte dos homens só querem curtir a vida, não compreendo as preocupações que sua idade exige. No entanto, quando finalmente despertam, além das dificuldades naturais, precisam superar a defasagem que a imaturidade trouxe em relação às mulheres.

A autoestima do homem moderno está no chão. Tudo aquilo que foi aprendido, na prática, se demonstrou irreal. Ele olha ao redor e vê uma sociedade se transformando, com sua esposa mais preparada e ganhando melhor, ocupando um papel que, tradicionalmente, deveria ser dele. A imagem do homem tradicional se desmancha frente ao avanço feminista. Se desintegra no ar feio bolha de sabão, fazendo os machistas terem que erguer os olhos para enxergar, diante de si, o rosto da mulher altiva. E assim o homem, perdido e humilhado, recorre à única vantagem que ainda possui e permanece imune às transformações: a força física.

No entanto, nem tudo está perdido. O homem pode resgatar sua autoestima não competindo com as mulheres, mas estando ao lado dela. Como está provado, a igualdade de condições significa vantagem para as mulheres, isso não vai mudar. Não adianta lutar contra fatos. A revolta não vai apagar, para citarmos apenas um exemplo, o fato do cérebro feminino fazer múltiplas tarefas ao mesmo tempo, fundamental para a velocidade e o número de informações do mundo moderno, ao contrário do masculino, que se concentra em apenas uma ação. Se a natureza nos fez assim, ótimo. Parabéns para elas! Certamente, assumindo o novo papel que se desenha para os homens, é possível reencontrar a autoestima e a felicidade.

domingo, 23 de maio de 2010

Sucesso e declínio da Playboy


É interessante analisar o sucesso da revista Playboy e, segundo boa parte da imprensa internacional, seu momento atual de crise e baixa nas vendas. Atravessando fronteiras, o famoso coelhinho se tornou uma das marcas mais conhecidas do planeta, ao lado de uma série de outros ícones da sociedade norte-americana. Entretanto, diferentemente do Mc Donald ou da Coca-cola, o consumo da Playboy está direcionado apenas para um dos gêneros, isto é, para os homens, de forma que a revista é um símbolo de duas grandes forças de nosso tempo: o capitalismo global e o predomínio patriarcal nas sociedades.

Apesar das últimas crises internacionais, o problema parece não estar exatamente no capitalismo. Os outros ícones, consumidos por ambos os gêneros, continuam firmes e fortes pelo mundo afora. Entretanto, um breve olhar sobre os rumos da sociedade e o segmento bastante restrito da revista, talvez ajude a entender este problema. Em primeiro lugar, a revista está direcionada para atender o desejo do homem por sexo, ou, mais exatamente, por imagens eróticas que remetam às fantasias sexuais. Considerando que, biologicamente, a mente masculina realmente passa boa parte da sua existência pensando em sexo e, pela imaturidade e medo de encarar a realidade, as fantasias sexuais ocupam espaço importante neste desejo permanente por sexo, as vendas dispararam e, se dependesse apenas disso, seria tudo eternamente perfeito.

A mulher, como manda a lógica patriarcal, é um objeto. Existe para dar prazer ao homem, mesmo que este prazer, no caso da revista, seja apenas imaginário. A Playboy permite a qualquer homem, do menino ao senhor de idade, viajar em suas ilusões e ter momentos agradáveis com a cobiçada estrela de Hollywood, mesmo que, na realidade, ela seja apenas uma imagem no papel. Tudo isso, entretanto, está baseado em um aspecto fundamental da sociedade patriarcal: os homens possuem grande poder aquisitivo para comprar revistas. É isso que, em última instância, sustenta todo o consumo de sonhos, desejos e ilusões fornecidos pela playboy. Ela só é real no ato de comprar, como qualquer outro produto, a revista na banca de jornal, conseguindo anunciantes que sustentam o cachê milionário cobrado pelas beldades que se deixam fotografar.

É exatamente neste último ponto, ou seja, na realidade, e não no desejo, que a revista playboy sente a força das mudanças sociais. Os homens ainda possuem maior poder aquisitivo, mas, a cada ano, este poderio econômico masculino vem diminuindo à medida que as mulheres ganham espaço no mercado de trabalho. Considerando que há muito as mulheres já superaram os homens em escolaridade, esta é uma tendência irreversível que trará conseqüências importantes para a vida social. A crise da playboy, que estamos presenciando hoje, é um prenúncio de mudanças ainda maiores. Ora, se os homens estão mais pobres, eles não compram a playboy como antes, reduzindo o poder econômico da revista em todo o mundo. Mesmo no Brasil, sociedade em que este processo caminha de forma mais lenta que em outras do primeiro mundo, há muito já se sabe que a revista perdeu importância. A Playboy brasileira, que sempre se destacou por exibir o corpo de mulheres cobiçadas e atrizes globais, hoje praticamente se limita a exibir em suas páginas pseudocelebridades como funkeiras e ex-bbbs.

Os homens continuarão a ter seus desejos e fantasias sexuais. Entretanto, as revistas que atendem a estes desejos encontrarão cada vez mais dificuldades para continuar existindo. Não por falta de desejo, mas por não haver tanto dinheiro disponível para pagá-lo. Por outro lado, revistas como a playgirl, a prima pobre, não sente os efeitos da crise. Pelo contrário, ela explora cada vez mais o corpo masculino como objeto, mostrando-o para as mulheres. Como a imprensa norte-americana já percebeu, cada vez mais artistas cobiçados aparecem nas páginas da revista, que tem como foco o nu masculino direcionado para a mulher. É verdade que a mulher tem uma outra concepção sobre o erótico, mas o sucesso do clube das mulheres, inclusive no Brasil, prova, ao mesmo tempo, que a sociedade está mudando e que as mulheres estão ávidas por consumirem a nudez masculina. Com dinheiro e poder aquisitivo, a curiosidade e o desejo feminino estarão em primeiro lugar e, no mundo que está se desenhando, revistas como a playgirl serão, em breve, bem mais famosas e populares que a playboy. Assim caminha a humanidade.