O melhor desempenho das meninas na escola pode ser explicado pelo fato delas serem mais inteligentes, como os estudos mais recentes estão comprovando. Evidentemente isso é verdade, mas outros fatores se juntam a este ajudando a explicar esta realidade. Em primeiro lugar, o fato das mulheres amadurecerem mais cedo faz com que, bem antes dos meninos, elas adquiram responsabilidade e a percepção de que a escola é importante. Como parte deste processo, a capacidade cognitiva também vai estar bem mais desenvolvida nas meninas, de forma que os conteúdos escolares poderão ser aprendidos com bem mais facilidade e de uma maneira mais rápida.
Em um ambiente de sala de aula, enquanto as meninas estudam, é comum os rapazes realizarem brincadeiras bobas, dificultando a concentração e o aprendizado. Especialmente na adolescência, a garota sabe que o rapaz da sua idade ainda é uma “criança”, tanto que, nas relações amorosas, ela vai escolher homens mais velhos, menos distantes da sua capacidade intelectual, mas, em ambiente escolar, ambos são obrigados a conviver, ignorando completamente as idiossincrasias entre os sexos. Estamos diante de um problema para o sistema educacional, pois, além das meninas serem prejudicadas, uma vez que as aulas poderiam render bem mais se o professor não fosse obrigado a tentar acompanhar a capacidade de aprendizado dos meninos, os próprios rapazes acabam não tendo seu tempo de estudo, mais lento e detalhado, respeitado, de forma que ambos acabam sendo prejudicados.
É por isso que, em lugares como os Estados Unidos, é cada vez mais comum as turmas reunirem apenas alunos do mesmo sexo. Além de explorar melhor as aptidões de meninas e meninas, a escola tende a se tornar um lugar que corresponda melhor às expectativas dos estudantes. Alguns movimentos procuram estender a iniciativa para as escolas públicas de alguns estados norte-americanos, terminando com as classes mistas. No Brasil, este debate acaba de chegar, mobilizando cada vez mais especialistas. Alguns, mesmo defendendo a manutenção das classes mistas, acreditam que o ideal seria as turmas serem formadas por meninas mais novas e meninos mais velhos, para que as etapas do desenvolvimento fossem equivalentes. Esta última idéia poderia realmente reduzir as diferenças, mas, ainda assim, as meninas continuariam levando vantagem, o que dificilmente deixaria de acontecer, salvo as exceções.
Um outro problema, apontam alguns, é que as classes mistas, como vimos no primeiro parágrafo, são um microcosmo para a vida em sociedade. Sem elas, o menino não teria o “choque de realidade” ao constatar que seus aprendizados machistas não se sustentam. Além disso, a competição com as meninas seria necessária nas faculdades, que trataremos em uma outra oportunidade, e no próprio mercado de trabalho. Como, evidentemente, nós estamos falando de média, e não de dados absolutos, a minoria de meninos que teriam condições de acompanhar as meninas, assim como as poucas meninas que possuem o nível intelectual dos meninos, poderiam vir a ser os maiores prejudicados. De qualquer forma, esta discussão pode ser vista como uma prévia de muitos debates que se tornarão comuns no futuro.
Um comentário:
As vezes, podemos ver que classes mistas podem não ser bem aquela coisa de `igual para todos`, pois acaba por, obviamente, não respeitar as aptidões individuais. E, neste caso, por confundir os meninos, além do fato de, como podemos ver, e como ciencia comprova, eles tendem a amadurecer de uma forma mais lenta do que meninas. Bom post!
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